Em 2011, uma exibição inédita
ocupou o Capitólio de Roma, levando aos olhos do público geral cerca de
100 documentos dos Arquivos Secretos do Vaticano.
Peças de valor inestimável, que
contam um pouco da história envolvendo a Igreja Católica, estavam entre
as raridades. Muitos delas datadas de até mil anos. Confira abaixo
alguns dos destaques:
6 – Uma carta da Rainha Mary da Escócia
Um dos documentos em exibição é a
carta que a Rainha Mary da Escócia mandou para o Papa Sisto V, em
novembro de 1586. Na carta, escrita em francês no Castelo de
Fotheringhay, em Northamptonshire, Mary implorava pela sua vida e pedia
perdão pelos seus pecados.
No registro, ela ainda professa a
sua lealdade ao “universal” da Igreja Católica de Roma, se defendendo
contra as mentiras perpetuadas por seus inimigos na Inglaterra. Ela
também contava sobre o sofrimento que passou por 20 anos de cárcere sob
as leis de sua prima, Elizabeth I da Inglaterra, a quem havia, a
princípio, pedido proteção após sair da Escócia.
A carta foi escrita três meses
antes de sua execução por um suposto envolvimento em conspirações para
assassinar a Rainha Elizabeth I. Ela alegou que o tribunal que a
condenou à morte era ilegítimo e herético.
5 – Documentos do julgamento dos Cavaleiros Templários
Escrita em tinta preta em um
pergaminho amarelado, o documento oficial de justiça revela detalhes do
julgamento da ordem dos Cavaleiros Templários, que era suspeita de
heresia no século 14.
A ordem de guerreiros cristãos
foi perseguida pelo rei Filipe IV da França, que tinha desconfianças do
poder e riqueza dos Templários. Papa Clemente V iniciou um inquérito e
muitos cavaleiros foram enviados para julgamento. No entanto, alguns
foram posteriormente perdoados pelo papa.
O nome completo da ordem era
“Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão", e ela
foi fundada por um cavaleiro francês na época das Cruzadas, por volta do
século XI, com o propósito original de proteger os cristãos que
voltaram a fazer a peregrinação a Jerusalém após a sua conquista.
4 – Uma carta de uma tribo indígena canadense
Um dos documentos mais
intrigantes é uma carta escrita em casca de bétula em 1887 pela tribo
Ojibwe dos nativos canadenses de Grassy Lake, Ontário, para o Papa Leão
XIII.
A carta foi escrita em maio
daquele ano, mas traz informações de que foi produdiza "onde há muita
grama, no mês das flores" e aborda o papa como "o grande mestre da
oração, aquele que ocupa o lugar de Jesus". O registro foi escrito no
dialeto Ojibwe e teve uma tradução feita em francês por um missionário
católico. A carta agradece a Deus e ao Papa pelo envio de um bispo para
trabalhar entre os Ojibwe.
3 – O pedido de anulação de Henrique VIII
Um dos documentos mais elaborados
é uma carta em pergaminho, adornada com mais de 80 selos vermelhos, que
os colegas ingleses do Papa Clemente VII escreveram para pedir a
anulação do casamento de Henrique VIII com Catarina de Aragão.
No entanto, o Papa recusou o
pedido, o que levou ao nascimento da Igreja da Inglaterra, que concedeu a
anulação. O manuscrito só foi descoberto em 1926 e estava escondido
debaixo de uma cadeira em uma das muitas câmaras dos Arquivos do
Vaticano.
2 – Documentos do julgamento de Galileu
Outro item valiosíssimo e
importante dos Arquivos Secretos do Vaticano é um documento sobre o
julgamento do astrônomo italiano Galileu Galilei, que foi condenado pela
Inquisição por afirmar que a Terra girava em torno do Sol. A afirmação
de Galileu foi considerada uma grave heresia pela Igreja Católica do
século 17.
O mais impressionante é que um
dos documentos tem a assinatura do astrônomo. Galileu, que viveu de 1564
a 1642, passou os últimos nove anos de sua vida em prisão domiciliar.
Ele evitou ser queimado na fogueira ao concordar em retratar sua visão
de que o Sol, e não a Terra, era o centro do universo. Ainda assim, o
Vaticano proibiu seus livros. A Igreja Católica só admitiu formalmente o
seu erro em condenar Galileu em 1992.
1 – Carta de uma imperatriz chinesa
Um dos poucos documentos da Ásia é
uma carta escrita em 1650 por uma imperatriz chinesa, que prometeu sua
lealdade ao catolicismo depois de ter sido convertida por padres
jesuítas.
A carta, enrolada em um tubo de
bambu com a imagem de um dragão, foi enviada ao Papa Inocêncio X pela
Imperatriz Wang, que adotou o nome cristão de Helena. Ela deu ao seu
filho, Yongli, o nome de Constantino, depois de o imperador romano de
mesmo nome adotar o Cristianismo.
Fonte: The Christian Science Monitor Daily Mail Reuters Wikipedia Via aquienacional
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